ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

06 julho, 2009

CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 6-7-09

Teresópolis Jornal é objeto de pesquisa
O acervo das edições do TERESÓPOLIS JORNAL – material histórico conservado desde a primeira edição do periódico, datada de 1923, tem sido objeto constante de pesquisas sobre a cidade de Teresópolis.
Regularmente a direção do TJ recebe solicitações de pesquisa no material arquivado. Na última quinta, 25, os professores e historiadores Guilherme Babo e Rodrigo Cardoso iniciaram uma pesquisa sobre a história da cidade na década de 20. “Procuramos esse material até na Biblioteca Nacional, que tem o maior acervo de publicações periódicas do Brasil e não encontramos. O Teresópolis Jornal possui um acervo único, de grande importância para Teresópolis”, aponta Guilherme. “É o primeiro jornal em circulação na cidade e não encontramos esse material em nenhum acervo pesquisado. Essa será a primeira de muitas visitas para pesquisa deste material”, completa Rodrigo. Segundo ele, o arquivo da Biblioteca Nacional só tem edições de Teresópolis a partir do ano de 1948. Os dois elogiaram o estado de conservação dos livros, no que diz respeito a encadernação, arquivo e preservação.
Os dois historiadores trabalham com extremo cuidado com os arquivos do jornal. Para evitar contaminação do material, eles usam luvas cirúrgicas, que servem também para proteção dos próprios professores, já que esse tipo de arquivo pode conter fungos e bactérias que poderiam provocar danos a saúde de quem manipula.
Guilherme, de Teresópolis, e Rodrigo, petropolitano são formados pela UFRJ na pasta de História. Os dois formulam projetos para possíveis teses de mestrado e doutorado que pretendem apresentar para maior graduação nas carreiras que escolheram.
Acervo – Todas as edições do Teresópolis Jornal estão arquivadas e conservadas. O material é encadernado anualmente com capas duras e as folhas recebem tratamento especial para melhor conservação. Em anos que o jornal publicou matérias oficiais do Executivo, foram necessários até duas encadernações para abrigar todas as edições. A primeira edição data de 1923. São mais de 80 livros guardando uma significativa parte da história de Teresópolis. Pedidos de pesquisas são analisados pela direção do TJ, já que, para conservação, não deve haver excessiva manipulação do arquivo. Contatos: 2742-1040.
Teresopolis Jornal Online

Cidade sagrada de Caral no Perú é declarada Patrimônio Cultural da Humanidade
A cidade sagrada de Caral, a 184 km a norte de Lima, foi declarada ontem (28/06) pela Unesco, Patrimônio Cultural da Humanidade. A cidade é uma das zonas geográficas consideradas como berço da civilização mundial pela sua antiguidade. Acredita-se que a cidade tenha existido durante os anos 3.000 a.C até 1.800 a.C.
Segundo Mara Seminario, Diretora de turismo da Comissão de Promoção do Peru para Exportação e Turismo (PromPerú) ,´´Com este reconhecimento da Unesco, já temos 11 patrimônios da humanidade, o que fortalece ainda mais nosso país como um dos 10 destinos históricos mais importantes do mundo", afirmou.
Mercado e Eventos

Bolinho caipira será reconhecido como patrimônio cultural em cidades do Vale do Paraíba
Jacareí já aprovou o projeto e São José dos Campos estuda possibilidade
A tradição do bolinho caipira é mantida desde a colonização dos municípios do Vale do Paraíba. O quitute, que não pode faltar nas festas da região, possui várias receitas, de acordo com o costume de cada cidade.
Em Caçapava, voluntários fazem mutirão do bolinho caipira

Em Caçapava, ele ganhou um formato arredondado. Na cidade, a tradicional receita é à base de farinha de mandioca, caldo de carne e só um pouquinho de carne moída. O que mais se encontra na festa de São João Batista são apreciadores dessa delícia. Um grupo da igreja católica faz, por dia, mais de 20 quilos de massa e vende, em média, 16 mil bolinhos por noite. A história do bolinho caipira não está registrada em livros. O que todo mundo sabe é que a comida é típica das festas juninas do Vale do Paraíba. Algumas cidades adaptaram as receitas aos gostos populares há tanto tempo que a verdadeira parece ter se perdido. Será que existe somente uma versão original deles?

Variação de receitas agrada a todos os gostos da região
Em Jacareí, o bolinho caipira tem outro formato. Ele é mais alongado e a massa leva farinha de milho branca com recheio feito de linguiça. Tradição reconhecida oficialmente, pois a partir de julho, o bolinho passa a ser um patrimônio cultural da cidade. “O importante é saber porquê na região tem essa variação de receita. De onde vem essa herança? Dos índios puris ou dos portugueses? Pode ser uma adaptação da culinária”, explica o historiador Alberto Capucci Filho. Para receber o título foi preciso realizar pesquisas com os degustadores e cozinheiros mais antigos, verdadeiros especialistas no quitute. “Eu estava na escola, morava na roça e já comia esses bolinhos. Eu trocava meu lanche pelo bolinho caipira”, afirma a cozinheira Zilda Abreu.


Família jacareiense vê no quitute fonte de renda


Na casa dela, o bolinho virou um dos principais sustentos da família. “Tem festa nas ruas e as pessoas encomendam sempre. Aqui vendemos bastante”, diz Berenice Abreu, filha de Zilda e cozinheira como a mãe. Para tentar eleger o mais gostoso, um ilustre convidado provou algumas receitas da região e não conseguiu chegar a uma conclusão, mas apreciou, e muito, a diversidade de sabores do Vale do Paraíba. “Cada um tem sua receita, seu segredinho, e quem é que sabe esse segredo? Eu não sei”, afirma o cantor Sérgio Reis.
Em São José dos Campos, a câmara de vereadores analisa um projeto que também prevê transformar o bolinho caipira em patrimônio cultural da cidade.
V News

Natal-RN - Cultura está desamparada e o patrimônio se perde

Elisa Elsie
Pinacoteca enfrenta problemas e tenta driblar mofo, obras abandonadas e vidros quebrados
No Brasil, o que chama atenção são as belezas naturais. O país é vendido pelas paisagens e por slogans que exaltam os encantos das cidades. No roteiro das agências de turismo, quase não existem monumentos históricos ou museus na lista de visitas. Este “estilo brasileiro” contrasta com aquele usado pelos chamados países desenvolvidos, onde museus, estátuas, antiguidades e espetáculos são os destaques que estimulam o turismo. No Rio Grande do Norte, sem qualquer política de divulgação, preservação ou valorização, o que se vê é um espaço cultural sem condições de oferecer o que ele próprio se propõe: a cultura. Valores, costumes, crenças, línguas e tradições são apenas algumas das inúmeras partes que formam uma sociedade. Já as práticas e ações sociais referentes a esses elementos constituem o fundamento cultural de um povo. Grupos folclóricos, música, dança, teatro, artes plásticas, poesia, literatura e cinema são algumas formas de manifestações da cultura, que hoje estão desamparadas no estado. O órgão designado para cuidar e zelar da política cultural do Governo do Estado é a Fundação José Augusto (FJA). Criada em 1963, é apresentada como a “responsável pela produção musical, teatral, literária e de artes plásticas do estado”. Sob a guarda da Fundação estão seis museus, dois teatros, duas bibliotecas públicas, dois memoriais, o Instituto de Música Waldemar de Almeida (IMWA), a Pinacoteca, o Forte dos Reis Magos, a Orquestra Sinfônica, o Coral Canto do Povo, a Cidade da Criança e 25 casas de cultura popular no interior do estado. O problema é que dentre todos esses espaços, poucos ainda valem à pena ser visitados.
O Museu Café Filho, por exemplo, conta a história do potiguar Café Filho, enquanto presidente do Brasil. Com acervo fotográfico e documental da vida presidencial de Café e o baixo custo (R$1,50 por pessoa), o esperado é que o museu fosse de interesse dos natalenses e turistas. Porém, o local está quase sempre vazio e, segundo o administrador Joaquim Evaldo, as visitas estão cada vez mais raras.
O problema é que o prédio, além de antigo, não recebe manutenção adequada. Primeiro, porque não tem segurança na rua e as janelas precisam ficar fechadas por medo de roubos. Segundo, porque não há cuidado com os bens da exposição. Os lençóis da cama que pertenceu a Café, e que estão expostos às visitas, estão sujos, as janelas e paredes estão descascando, o banco de descanso está quebrado e a escada de acesso ao andar superior é bastante estreita.
Outra atuação da FJA que acabou deixada de lado e nunca mais se ouviu falar é a Revista Preá. Inaugurada em 2003, a publicação se propunha a noticiar atividades culturais e divulgar a cultura potiguar no interior do estado. Nesses seis anos (72 meses), entretanto, só 21 edições da revista foram publicadas. Sob a atual gestão de Crispiniano Neto (um ano e meio), apenas três edições foram publicadas.
A necessidade de um novo teatro em Natal também não é novidade. Hoje, existem o Teatro de Cultura Popular e o Teatro Alberto Maranhão (TAM), que é marcado como a única opção para o natalense, já que o outro, muitos nem conhecem. Com mais de 100 anos de história, o TAM ainda sofre o descaso dos governantes. Segundo a diretora Hilneth Correa, faltam profissionais técnicos para a montagem dos espetáculos e, mesmo com as reformas, o retelhamento precisa estar sendo sempre refeito por causa das chuvas.
A Biblioteca Pública Câmara Cascudo é um dos espaços onde o descaso mais impressiona. Inaugurada em 1969, a proposta inicial era a criação de um lugar que servisse para busca de informações científicas, didáticas, históricas e culturais. Há dois anos, entretanto, a biblioteca não dispõe sequer de energia elétrica. As luzes e eletrônicos só podem ser ligados nas salas dos funcionários.
Além disso, a comunidade não tem mais acesso direto aos livros, porque todos estão empilhados em uma sala, na espera de uma reforma que nunca vem. “Eles dizem o que querem e eu vou lá dentro buscar”, disse uma funcionária que não quis se identificar. O acervo de livros infantis transferido da Cidade da Criança está guardado e empoeirado. Segundo a funcionária, os pequenos não procuram mais a biblioteca.O estoque é outra preocupação. Segundo o diretor Márcio Frias, dos 100 mil livros existentes hoje, quase nenhum chegou pelas mãos do Governo do Estado. Os poucos livros que ainda vêm são doações particulares ou do Ministério da Educação. E muitos não podem ainda ir para as estantes, porque não tem bibliotecário suficiente.
Memorial e Forte: problemas de fácil solução
A ressalva ao desgaste do quadro cultural potiguar fica por conta de alguns pontos de visitação que não estão totalmente desamparados. Em Natal, por exemplo, no Memorial Câmara Cascudo e na Fortaleza dos Reis Magos, o quadro até pode melhorar, mas os problemas não são de ordem maior. Como um dos marcos turísticos e históricos mais importantes do estado e por ser um Patrimônio Histórico Nacional, o Forte dos Reis Magos (como é conhecido) ainda é item da lista de quem busca um pouco de cultura. Por ser uma construção antiga, que data de 1599, os problemas estruturais não vão além do esperado.
Segundo o guia Geraldo Camilo, o local passou por três grandes reformas desde que foi tombado como patrimônio histórico nacional em 1949, e recebe manutenção estrutural periodicamente com pintura, troca de iluminação e de peças. A última manutenção foi feita em dezembro de 2008. O intervalo até poderia ser considerado de bom tamanho se a fortificação não estivesse localizada praticamente dentro do mar, sofrendo ação constante da maresia. Para a diretora do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no RN, Jeane Nési, a Fortaleza precisa de uma manutenção sistemática para evitar que os desgastes naturais fiquem tão visíveis. Outra preocupação é o acervo da exposição, que não passa por nenhuma modificação desde que foi colocada, em 2006. Segundo o presidente da FJA, Crispiniano Neto, não há projetos para mudanças no local. “Realmente a exposição está na hora de ser melhorada, mas nós temos outras prioridades no momento”, disse.
No Memorial Câmara Cascudo, que trata sobre as obras e vida do potiguar Luiz da Câmara Cascudo, as exposições costumam ser renovadas periodicamente para atrair os visitantes. Mas, de acordo com a diretora do Memorial e neta do homenageado, Daliana Cascudo, mesmo com a entrada gratuita, o povo de Natal não tem o costume de visitar. “Quem vem mesmo são as escolas e os turistas que já se interessam pela história de Cascudo.
Cidade da Criança está fechada há um ano
Com todas as falhas na cultura do Rio Grande do Norte, alguns espaços acabam sendo mais censurados do que outros.
A Pinacoteca e a Cidade da Criança, ambos em Natal, são aqueles de que mais se ouve falar, e quase sempre, no lado negativo. A Fundação José Augusto (FJA) é responsável pelos dois espaços.
A Cidade da Criança é uma área de mais de 30 mil metros quadrados. Com playground, pedalinho, capela, concha acústica, biblioteca, teatrinho e cirquinho, o espaço foi criado para entreter toda a família natalense. Entretanto, os cadeados nos portões que impedem o acesso do público já vão completar um ano. Fechado temporariamente para reforma, o local quase não recebe mais manutenção. Os brinquedos estão enferrujados e a lagoa continua recebendo águas fluviais de outros bairros. O mato alto garante os únicos visitantes: os cavalos.
Sob argumento de que representava risco para a segurança dos pequenos, a Cidade da Criança foi fechada ao público no inverno do ano passado, depois que as fortes chuvas caíram sobre Natal. Segundo o presidente da FJA, os problemas eram de todos os tipos. “Quando nós assumimos (em janeiro de 2008), tiramos mais de 200 caçambas de lixo dali”, contou.
Crispiniano Neto garantiu que no dia primeiro de julho será apresentado o novo projeto para a Cidade da Criança, no valor de R$3,6 milhões de reais. “Será feita a drenagem da lagoa, reforma dos prédios e a construção de mais dois, o aumento do circo, do teatrinho e da concha acústica e os brinquedos serão todos trocados”, disse. Segundo ele, a demora para a conclusão do projeto aconteceu por causa da lentidão das negociações. “Além disso, nós queríamos fazer um projeto definitivo agora, sem gambiarra”, disse.
Na Pinacoteca, o cenário também é de destruição. Inaugurada há 12 anos no Palácio do Potengi (Palácio da Cultura), a Pinacoteca de Natal fechou as portas ao público quando se transformou em sede temporária da Governadoria do Estado, em 2008. Hoje, mesmo com os oficiais do Governo de volta ao prédio de origem, o local ficou abandonado. O problema começa já do lado de fora, com a calçada quebrada. Dentro, a situação não melhora em nada. Das 12 salas que podem ser usadas para exposição dos quadros, as duas que estão abertas a visitação apresentam um monte de problemas. Fios elétricos soltos, janelas quebradas, paredes com infiltração, mofo, falta de iluminação adequada e até animais mortos presos aos quadros da Pinacoteca.
Segundo o coordenador Vatenor de Oliveira, mais de 500 obras estão na reserva técnica esperando a reabertura do local para voltarem à exposição. Além de tudo isso, a Pinacoteca não é sequer regulamentada pelo Governo, ou seja, ela nem existe por lei. Segundo Vatenor, isso é uma dificuldade a mais para conseguir novos quadros para o acervo. De acordo com Vatenor, a reforma da Pinacoteca já está licitada e deve começar até a primeira quinzena de julho. Mas, como o Palácio da Cultura é um patrimônio histórico nacional referenciado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), qualquer obra que vá ser realizada na Pinacoteca precisa ser aprovada antes pelo Iphan. E, segundo a diretora do Instituto no RN, Jeane Nési, nenhum projeto passou pelas suas mãos. “Se eles começarem a obra, o Iphan vai embargar porque não tivemos conhecimento disso”.
Crispiniano Neto disse não entender como o projeto não foi encaminhado ao Iphan antes de ter sido licitado, mas depois falou que não haveria necessidade. “Não vai ser exatamente uma reforma, vai ser mais uma limpeza, uma restauração mesmo”, disse o presidente da FJA.
Alguns artistas visuais de Natal organizaram uma convocatória para que a população cobre da Governadora uma posição definitiva. “Um dos equipamentos culturais mais importantes do estado está sem atividade. Precisa de uma reforma urgente na estrutura, mas também de uma reforma administrativa, que ofereça coisas novas. Como o espaço é muito grande, a Pinacoteca poderia ter novos atrativos, como o cineclube, uma biblioteca de arte, um corpo de acesso de internet”, opinou a artista Sayonara Pinheiro.
Questões políticas são entraves na cultura
O sucesso cultural de uma sociedade depende diretamente do binário qualidade-interesse. No Rio Grande do Norte, entretanto, a dupla não é estimulada em nenhuma direção. Se de um lado, o estado não oferece cultura boa; do outro, o potiguar, de uma forma geral, não se interessa por isso. Sem cobranças, hábito e um empurrão que agilize o andamento, a cultura não cresce nem de um lado, nem de outro.
Na visão dos artistas, são as questões políticas que emperram o desenvolvimento cultural do nosso estado. O produtor cultural Henrique Fontes, da Casa da Ribeira, ressaltou a necessidade de uma política cultural que não seja dependente dos gestores políticos. De acordo com ele, as leis e editais de incentivo à cultura devem ficar acima do governante. “O que o Governo Federal propõe é criar uma política de estado e não de governo, como é hoje. Seria como o SUS (Sistema Único de Saúde), que existe e está ali independente de quem está no poder”, disse.
Para ele, os “fazedores de cultura” (artistas e produtores) só vão poder enxergar as mudanças a partir das ações do Estado. “A educação e a cultura ainda são pensadas de forma muito separada aqui. O que é de escola é de educação e o que é arte é de cultura. Mas enquanto essa arte não for pensada também como educação, esse quadro não vai para frente”, criticou.
No RN, o trabalho de apoio à cultura é feito de forma isolada. A ação de uma escola que leva um grupo de estudantes a um museu, por exemplo, não vai funcionar a longo prazo, se por trás disso, não houver uma política de incentivo às crianças, que ensine o que é a cultura e porque aquele museu é importante. Afinal, é difícil amar o que não conhecemos.A FJA tem duas boas ações de incentivo à cultura, mas que acabaram caindo nas críticas. São os Editais para novos projetos e a Lei Câmara Cascudo, que concede cinco milhões de reais por ano para a realização da cultura no estado. Mas, com reuniões semanais que deveriam ser realizadas todas as segundas-feiras, a reclamação é de que a aprovação dos projetos acaba sendo atrasada porque não há regularidade nesses encontros. Para a produtora cultural e artista Diana Fontes, a Lei sozinha não supre todas as necessidades.
É necessária a criação de um fundo estadual para a cultura no RN. Quanto aos editais, foram publicados os 15 primeiros agora em 2009. São eles: jornalismo cultural, música, grupos folclóricos, cinema, cultura para juventude, cultura para terceira idade, teatro de rua, teatro de palco, literatura de cordel, literatura, criação dos Pontos de Cultura, criação de homepage, dança, montagem de teatro e poesia. A recriminação vai para a lentidão dos projetos, a estrutura das equipes da Fundação e a dependência de alguns artistas. Diana Fontes considera que o artista ficou muito dependente dos editais e da Lei. “Não desmerecendo a importância de nenhuma dessas ações, os artistas ficaram acomodados com isso, esperando que essas políticas de incentivo tragam os projetos à tona”, criticou.
Presidente da FJA reconhece problemas
O presidente da Fundação José Augusto (FJA), Crispiniano Neto, reconheceu todos os problemas com a cultura no Estado. E se dependesse das palavras dele, o Rio Grande do Norte seria uma referência em cultura. Com um monte de justificativas e argumentos, 35 obras paradas e mais de 40 projetos esperando aprovação, licitação ou em fase primária de execução, a FJA culpa o baixo orçamento disponível e a burocracia das negociações.
De acordo com a editora da Revista Preá, Mary Land Brito, as edições não foram publicadas com a periodicidade de dois meses prometida, porque a diagramação foi questionada várias vezes. “Mas a licitação já está feita e daqui a 20 dias, a revista deve estar sendo entregue”, garantiu. De acordo com Crispiniano, o que atrapalha o andamento dos projetos é que o poder de licitar as obras foi tirado da FJA e transferido para a Secretaria de Infra-Estrutura (SIN), que já tem muitas outras obras aguardando execução. Porém, quando o Governo do Estado propôs à Fundação o controle total sobre as obras, eles não aceitaram. “A Governadora decidiu devolver à Fundação a condição de cuidar da obra, mas nós não podemos ser responsáveis pela construção, não é essa nossa função. Queremos apenas licitar o projeto”, disse. Esse foi o argumento usado para a demora na reforma da Biblioteca Câmara Cascudo, que há 15 anos não passa por nenhum aperfeiçoamento. Segundo Crispiniano, o recurso para reforma do teto e da parte elétrica da biblioteca foi liberado no ano passado, mas a obra não pôde ser executada porque a SIN demorou a fazer a licitação. E quando foi feita, a empresa vencedora contestou o projeto e aumentou o orçamento, o que teria ocasionado um novo atraso nas obras. “Nós estamos com R$160 mil liberados para usar na Biblioteca. Esse valor não chega nem perto do necessário, só poderemos fazer uma reforma parcial. A modernização que a Biblioteca precisa é da ordem de R$2,5 milhões”, disse Crispiniano.
Outros empecilhos citados pelo presidente foram o baixo recurso de que a FJA dispõe e a demora na abertura anual do orçamento do Estado, que só fica acessível a partir do mês de março. “Nós temos que esperar o terceiro mês do ano para podermos começar a fazer as coisas e nosso dinheiro só para pagar o pessoal, então dependemos de outros órgãos”, reclamou.
Quanto aos trabalhos de incentivo à cultura, Crispiniano declarou ser impossível “estar nas duas pontas”. De acordo com ele, são necessários os recursos e a anuência da Secretaria Estadual de Educação e Cultura. “Nós temos alguns projetos que já trabalham isso, como a Semana de museus, o Poticanto, o Seis e Meia e a Orquestra Sinfônica, que se volta também para as crianças nas escolas. Mas falta divulgação e publicidade da cultura, que ainda está muito distante da mídia”, finalizou.
Priscilla Castro
Tribuna do Norte

São Paulo-SP - Pinacoteca patrocina projetos culturais
O Edital Arte e Patrimônio tem recursos de R$ 1 milhão para 10 projetosSÃO PAULO [ABN NEWS] - A Pinacoteca do Estado de São Paulo e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) lançam neste sábado (27), a segunda edição do Edital Arte e Patrimônio, que contemplará 10 projetos que relacionem as artes visuais contemporâneas e o patrimônio artístico e histórico nacional.
O Edital integra o Programa Brasil Arte Contemporânea do Ministério da Cultura(Minc) e tem o patrocínio da Petrobras. Os recursos são de R$ 1 milhão para 10 projetos, que receberão até R$ 100 mil cada.A cerimônia acontecerá na Pinacoteca do Estado e terá as presenças de Luiz Fernando de Almeida (presidente do IPHAN), Eliane Costa (gerente de Patrocínios da Petrobras) Marcelo Araújo (diretor da Pinacoteca) e Afonso Luz (assessor da Secretaria Executiva do MinC).
Nessa data, também será realizada a palestra "Arte como Patrimônio e Patrimônio como Arte", com Gilberto Mariotti, João Loureiro (artistas em exposição no museu) e Anna Beatriz Ayroza Galvão (do IPHAN). A mediação será de Ivo Mesquita (curador chefe da Pinacoteca).
Luiz Fernando de Almeida afirma que "uma política de patrimônio sem uma vertente que apóie o experimentalismo e a inovação é limitada, e esse Edital é a primeira iniciativa nesse sentido".
Inscrições As inscrições para o Edital Arte e Patrimônio ficam abertas até 10 de julho de 2009, mediante preenchimento de formulário específico na página: www.artepatrimonio.org.br.
Serão aceitas inscrições de propostas de artistas, pensadores e outros profissionais brasileiros ou estrangeiros, amparados por pessoas jurídicas de natureza cultural sediadas no Brasil (autônomas ou vinculadas a instituições culturais, tais como museus, centros culturais, institutos, associações de amigos, organizações não governamentais, universidades, prefeituras, galerias e espaços independentes).
Os projetos deverão ser realizados obrigatoriamente entre os meses de setembro de 2009 e fevereiro de 2010.Uma comissão de especialistas nos dois campos - arte e patrimônio - avaliará as propostas e o resultado será divulgado em agosto, no site do Ministério da Cultura http://www.cultura.gov.br) e no site do Edital (http://www.artepatrimonio.org.br).
Os nomes dos integrantes da comissão julgadora serão divulgados após o término da seleção, juntamente com o comunicado aos projetos selecionados.
Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (21) 2524-1662, das 10h às 17h, de segunda a sexta-feira, ou pelo e-mail info@artepatrimonio.org.br.
ABN News

Paraty fica fora da lista de novos patrimônios mundiais da Unesco
PARATY - Em meio às preparações para a sétima edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que começa nesta terça-feira, a cidade recebeu a notícia de que não será incluída na lista de patrimônios mundiais da Unesco. Pelo menos por enquanto. A Unesco não rejeitou definitivamente a candidatura, mas decidiu que ela deve ser reformulada, e então avaliada novamente.
Os novos integrantes da relação foram divulgados no site da Unesco no domingo, mas, desde sexta-feira passada, quando a candidatura de Paraty foi discutida na reunião da Unesco em Sevilha, o governo brasileiro já sabia que a cidade ficaria fora.
A campanha de Paraty era centrada no valor histórico do Caminho do Ouro, que fazia da cidade porto de escoamento dos metais preciosos extraídos em Minas Gerais, mas a Unesco entendeu que a rota só poderia aspirar à condição de Patrimônio Mundial se fosse incluído o percurso completo, de Diamantina ao litoral.
- Por sugestão de representantes da própria Unesco, vamos refazer nossa candidatura centrando no interesse natural e geológico da Serra do Mar para a compreensão da separação da África e da América - diz Amaury Barbosa, secretário adjunto de Cultura da cidade e presidente da comissão que organiza a candidatura. - A mata nativa e o Centro Histórico também são importantes. Lá em Sevilha, dizia-se que a Unesco não quer mais incluir cidades coloniais latino-americanas na lista de Patrimônio Mundial, porque já tem muitas. É preciso ter algo diferente.
O Globo

Itaqui-RS - Mercado aguarda restauro
Símbolo de prosperidade no século passado, local está abandonado à espera do início das obras.
Palco de comércio intenso no início do século 20, o Mercado Municipal de Itaqui foi símbolo do tempo em que o município se desenvolvia impulsionado pela intensa navegação pelo Rio Uruguai. No entanto, há quase 30 anos, o prédio, tombado como patrimônio histórico do Estado em 2003, está abandonado. Com aberturas quebradas, pintura velha e piso castigado pelo tempo, o local aguarda reforma desde 2002.
Fruto de uma ação civil pública movida por um vereador, o Ministério Público exigiu da prefeitura providências. Em 2003, o Executivo promoveu um concurso em parceria com o Instituto dos Arquitetos do Brasil. Profissionais de todo o país enviaram projetos de restauração do prédio.
Arquitetos da Capital tiveram seu projeto escolhido, estimado, na época, em R$ 3,5 milhões. Chegou a ser encaminhado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado, que solicitou novo levantamento cadastral.– Além disso, tivemos problemas com uma produtora cultural que faria o intermédio para obtenção de incentivos. Por isso, estamos retomando só agora o projeto – conta o vereador Éber Escobar de Almeida (PDT).
Negociações estão sendo feitas com outra produtora. A previsão é de que em um ano os recursos comecem a ser captados. Uma das arquitetas responsáveis pelo projeto, Nathalia de Oliveira, diz que o prédio passará por uma reabilitação (uma reforma com elementos novos).– Nossa maior preocupação era o respeito com o patrimônio histórico. Agora, vamos aguardar a prefeitura captar recursos para a finalização do projeto – afirma.marina.lopes@zerohora.com.br
MARINA LOPES
Zero Hora

Brasilia-DF - Obra moderna na Igrejinha divide católicos
Uma representação moderna de Nossa Senhora de Fátima e dos três pequenos pastores que avistaram a santa na cidade portuguesa está tirando a paz da Igrejinha de Brasília, construída em 1958 e tombada como patrimônio histórico. Os fiéis se dividiram entre os que aprovam a arte abstrata da santa sem rosto e de colunas enfeitadas com pipas que representam as crianças - Lúcia, Francisco e Jacinta - e os que veem na obra um desrespeito à tradição católica. Polêmica à parte, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) diz que vai manter o trabalho do artista plástico Francisco Galeno.
Nem a missa do domingo passado, quando o pároco Odolir Eugênio Dal Mago falou em tolerância e bom senso, amenizou o clima de confronto. Com a nova decoração concluída, os dois lados anunciaram uma batalha de abaixo-assinados, um pela retirada e outro pela manutenção dos três painéis, que têm desenhos de carretéis, lamparina, galhos de árvores e flores. Galeno, autor da obra e artista piauiense de 53 anos radicado há mais de 40 em Brasília, prevê que sua Nossa Senhora de Fátima ainda vai causar muita discussão, mas diz não acreditar na retirada dos painéis ou no fechamento da igreja.
"Nós vivemos em Brasília, símbolo da modernidade, da civilidade. Além disso, a obra não tem agressividade nenhuma e nada de profano", defende. Projetada por Oscar Niemeyer, a pedido do casal Juscelino e Sarah Kubitschek, e enfeitada com azulejos de Athos Bulcão, a igreja não vive sua primeira polêmica. Nos anos 1960, o inconformismo dos fiéis levou à destruição da pintura interna, de Alfredo Volpi. No afresco, Nossa Senhora e o menino Jesus eram representados sem os contornos dos rostos.
Há dois anos, quando o Iphan iniciou a restauração da Igrejinha - investimento de R$ 250 mil -, peritos constataram que a pintura de Volpi era irrecuperável. "A obra de Volpi não caiu por obra e graça do Espírito Santo. Foi um ato de vandalismo, foi destruída com ferramentas", diz o superintendente do Iphan-DF, Alfredo Gastal. Para ele, a briga em torno dos painéis de Francisco Galeno é assunto encerrado. "Não há chance de serem retirados", diz Gastal.
A representação da fé em Nossa Senhora de Fátima - segundo a tradição católica, foram seis aparições, entre maio e outubro de 1917 - feita por Galeno repete características da Virgem Maria de Volpi pintada 50 anos antes, como as cores fortes e as bandeirinhas características da obra do artista ítalo-brasileiro. As reações contrárias aos painéis de Galeno foram vigorosas. Os fiéis organizaram uma missa, com faixas pretas na entrada. Antes disso, já haviam coberto a imagem da santa com pano branco.
No início deste mês, o Ministério Público foi acionado e recomendou a suspensão dos trabalhos de Galeno. O Iphan atendeu à recomendação, mas autorizou a retomada da obra alguns dias depois. Na sexta-feira passada, o artista concluiu o ornamento. Em reação ao abaixo-assinado e aos protestos contra a decoração, os defensores de Galeno se reuniram no sábado e formaram o Movimento Cultural da Igrejinha. O abaixo-assinado do movimento tem mais de 500 assinaturas pela obra, contra cerca de duas mil anunciadas pelo grupo adversário.(AE)
Cruzeiro do Sul

BREEZES produz o maior acarajé do Brasil
Poucos sabem, mas a Bahia foi o último estado do Brasil a se declarar independente de Portugal. Quase um ano após o famoso “Independência ou Morte”, em 2 de julho de 1823, se concluiu o processo de desvinculação do estado à corte portuguesa. Desde então, a data é comemorada pelo povo baiano. E o resort Breezes Bahia, em Costa do Sauípe, que desde sua inauguração promove e apóia a cultura local, não poderia deixar de prestar sua homenagem. Sendo assim, preparou para o próximo 2 de julho uma iniciativa inédita: irá produzir o maior acarajé do Brasil. De 20 kg e 30 cm de diâmetro, o símbolo da culinária baiana entrará para o Rank Brasil, o livro dos recordes brasileiros.
De origem africana e preparado com feijão fradinho, cebola, sal e azeite de dendê, o acarajé foi tombado como patrimônio nacional no final de 2004 pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan). “O Breezes sempre promoveu e valorizou as manifestações culturais e artísticas baianas. Por isso, não poderíamos ficar de fora das homenagens prestadas a Bahia neste 2 de julho.
Produzir o maior acarajé foi uma maneira que encontramos para homenagear a Bahia e a sua independência”, afirma o diretor geral do Grupo SuperClubs no Brasil, administrador do resort, Xavier Veciana.
O chef de cozinha do Breezes, Paulo Silva, reunirá todos os recheios tradicionais do acarajé – vatapá, camarão, pimenta e caruru – em uma única massa. Normalmente um acarajé possui cerca de 200g e 5 cm de diâmetro. “Fizemos diversos testes em nossa cozinha até chegar no tamanho, gosto e peso ideal desse acarajé, mas sem perder as características do prato”, conta o chef.
O evento contará com a presença da baiana Claudinha, sucessora da baiana do acarajé Dinha. Considerada uma das mais famosas quituteiras de Salvador, Dinha era dona do restaurante Casa da Dinha – que agora está sob o comando de sua filha Claudinha –, um dos mais famosos da cidade. Além dela, uma legítima baiana apresentará e servirá o super-acarajé aos hóspedes durante o almoço, contando a história da data e do prato. Rodas de Samba e Capoeira com a comunidade da Mata de São João, assim como feirinha de artesanato, também animarão o evento. Vale destacar que a equipe do Rank Brasil estará presente para registrar esse recorde brasileiro alcançado pelo Breezes.
Brasil Turis Jornal

Recife-PE - Igreja do Pilar vira sala de aula para moradores de bairros pobres do Recife
Os alunos são das comunidades do Pilar, Santo Amaro, Coque e Coelhos; eles estão se formando em técnicos em construção civil especializados em restauração

A igreja de Nossa Senhora do Pilar, localizada na comunidade do Pilar, no Bairro do Recife, está sendo recuperada. Quem está transformando o abandono em esperança são moradores da comunidade do Pilar, e também de Santo Amaro, do Coque e dos Coelhos. E enquanto recuperam a Igreja do Pilar, eles ainda aprendem uma profissão. A restauração é diferente de todas as outras. Enquanto recuperam um patrimônio histórico em ruínas, 60 moradores de quatro comunidades humildes do Recife aprendem uma profissão. Construída no século 17, a igreja de Nossa Senhora do Pilar foi depredada, saqueada e teve até o telhado roubado.
Os aprendizes transformaram o que restou da igreja em uma verdadeira sala de aula. Homens, mulheres, jovens e adultos, quase todos desempregados ganham uma ajuda de custo para Aprimorar a vocação. “Temos uma ajuda de custo de R$ 150, mas o importante é o diploma e que eu estou fazendo o que gosto”, disse a dona de casa e agora restauradora Betânia do Nascimento.
Enquanto aprende, Betânia do Nascimento, 38 anos, que tem quatro filhos, retira o reboco que cobria as pedras da fachada da igreja. É com muita paciência e cuidado que os aprendizes estão revelando as cores e os materiais do passado que estavam encobertos pela reforma da igreja.
A transformação não acontece apenas no prédio histórico. Ao restaurar a igreja os moradores estão ganhando uma profissão e estão construindo um futuro. Todos os 60 participantes se tornarão técnicos em construção civil especializados em restauração preparados para batalhar por uma colocação no mercado de trabalho.
O vigilante Jonhson José Amorim é uma dessas pessoas. Ele se desdobra para ser um bom carpinteiro. Trabalha à noite como vigilante e seis horas por dia dá expediente na obra/escola. “Aqui tive a oportunidade de aprender técnicas de como colocar telhados, como colocar portas e janelas. Eu não conhecia essas técnicas e aqui estou me aprimorando mais ainda. Isso vai me trazer conhecimento na área e oportunidades que podem surgir para ter um bom emprego”, disse.Edson Nascimento, zelador desempregado é um carpinteiro com coragem de alpinista. Ele constrói o telhado da igreja. "É uma mudança de vida. Através desse curso pude entra no mercado de trabalho”, disse.
A restauração deve durar um ano. Vai consumir R$ 600 mil. Para que a igreja não seja destruída novamente, a comunidade será envolvida na preservação e na ocupação do prédio histórico. "O proprietário é a arquidiocese, e vai ter um uso religioso. Mas também vai ser implantado, através do Pró-Criança, um equipamento social, provavelmente uma creche”, disse o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Frederico Almeida.
HISTÓRIA
A Igreja de Nossa Senhora do Pilar, situada na Praça Nossa Senhora do Pilar, no bairro do Recife, foi construída em 1680 sobre os alicerces do Forte de São Jorge. A capela-mor do templo tem o formato de uma abóbada semi-esférica e é revestida de azulejos portugueses raros. Quando o forte foi abandonado em ruínas, o então governador Aires de Souza Castro doou-o ao capitão-mor João do Rego Barros, com a ressalva de que ele fundasse no local uma igreja de Nossa Senhora do Pilar.
Nas obras de construção da igreja, o capitão utilizou todo o material do Forte demolido: as antigas muralhas, os tijolos e as pedras. Registra a História que João do Rego Barros teve que ir a Portugal prestar conta do dinheiro gasto nas obras. Como a contabilidade não estava correta, ele temia que os portugueses não aprovassem o orçamento. Recorrendo a Nossa Senhora do Pilar, e conseguindo livrar-se do problema, o capitão mandou fazer uma imagem da santa no Porto, cidade situada ao norte de Portugal, e colocou-a no templo. Na época, acreditava-se, inclusive, que ela era uma das santas mais milagrosas. Tendo sido preso e recolhido ao Forte do Brum, por seu envolvimento na guerra dos Mascates, João do Rego Barros falece em 1712 e está enterrado em local não identificado na Igreja do Pilar.
Pe.360graus.com

Bauru-SP - Codepac dá autorização para restaurar Estação Ferroviária da Paulista
Paredes pichadas, pintura descascada, janelas quebradas e lixo pelo chão compõem o retrato atual da Estação Ferroviária da Paulista, localizada na quadra 2 da rua Agenor Meira, em Bauru. No entanto, uma iniciativa conjunta do Departamento de Proteção ao Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura e do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Bauru (Codepac) pretende mudar este quadro. Respeitando as exigências legais, uma vez que o imóvel foi tombado no ano 2000, as arquitetas Heloisa Aguiar Siqueira e Aline Nirschl elaboraram um projeto para restaurar o local. “Manteremos totalmente a faixada, o calçamento da plataforma de embarque e a volumetria do prédio como é exigido pelo decreto de tombamento, mas faremos alterações na parte interna, como a retirada de paredes e interligações entre as salas. Serão feitos também estudos sobre as cores originais da estação para que a restauração seja o mais fiel possível”, explica Aline.

O objetivo é que a antiga estação abrigue o Museu Histórico da cidade, que, atualmente, está instalado num imóvel na quadra 13 da rua Antonio Alves. “O prédio da estação já é da Secretaria (de Cultura) e já abriga o Museu da Imagem e do Som (MIS). Depois da reforma, nossa intenção é trazer o Museu Histórico para cá também, porque hoje ele está em um prédio alugado”, explica Jair Aceituno, diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Cultural da Secretária de Cultura de Bauru.
Segundo Aceituno, duas emendas ao Orçamento da União destinam recursos para recuperação do prédio, somando um total de R$ 395 mil. Para utilização do dinheiro, é necessária uma autorização do Codepac. Sérgio Losnak, presidente do conselho, garante que o aval será dado.“Vamos autorizar mediante a apresentação do projeto final e vamos acompanhar para conferir se o decreto de tombamento será respeitado. Queremos dar uma utilidade ao prédio para que ele passe a ser apropriado pela população. Além disso, queremos garantir a sua estrutura e transformá-lo em um ponto onde as pessoas possam conhecer a história de Bauru”, afirma.
A obra ainda não tem data para começar, mas Aceituno estima que depois da entrega da documentação à Caixa Econômica Federal, que deve acontecer até o final deste mês, ainda devem ser necessários mais dois meses para que a instituição libere a verba e a restauração tenha início.
Ao todo, Bauru tem seis estações ferroviárias. Na área urbana estão a Estação Ferroviária Central, localizada em frente à Praça Machado de Mello; a Estação Ferroviária da Paulista, na quadra 2 da rua Agenor Meira; a Estação Ferroviária da Sorocabana, localizada ao longo da linha férrea na altura da avenida Pedro de Toledo; e a Estação Ferroviária de Triagem, localizada também às margens dos trilhos nas imediações do Jardim Guadalajara. Na área rural, estão as estações Val de Palmas e Tibiriçá, que ficam ao longo da ferrovia, nas imediações dos distritos de mesmo nome.
Maíra Soares
Jornal da Cidade de Bauru

Entrevista: Niemeyer diz que é preciso ousar
Aos 101 anos, Niemeyer gosta tanto do contato com alunos que, pensando neles, criou revista


FABIO MOTTA/AE


Niemeyer passa adiante o conselho que recebeu na juventude: é preciso ler, sobretudo os clássicos
RIO - Quando volta ao tempo em que dava seus primeiros passos na arquitetura, lá se vão 75 anos, Oscar Niemeyer não consegue se lembrar de nenhum conselho mais valioso que o de Rodrigo Melo Franco de Andrade, no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional: “É preciso ler, sobretudo os clássicos.” Niemeyer, que ainda desenvolve projetos ambiciosos com a equipe do seu escritório na Avenida Atlântica, no Rio, passa o conselho adiante em encontros com alunos de Arquitetura. Mas acrescenta outro: ser ousado. “O importante é que o arquiteto tenha a coragem de propor solução audaciosa, pronto a atender, compreensivo, qualquer alteração que o cálculo da estrutura possa sugerir.”
Niemeyer adora falar com estudantes. Pensando neles, criou com a mulher, Vera Lúcia, a revista Nosso Caminho, sobre arquitetura e arte. “Não nos limitamos a divulgar meus projetos, também divulgamos os que se caracterizam pela adoção de formas mais retas e regulares”, explica, em entrevista dada por e-mail. “Se os projetos de Le Corbusier me agradam, agradam-me também as formas mais simples e retas que Mies van Der Rohe preferia.”
O que o senhor diria a um jovem que quer cursar Arquitetura?
Diria a ele que não deveria se limitar a estudar assuntos da profissão. Ao contrário, deveria ocupar-se de tudo que caracteriza este mundo estranho que o espera, e do qual a arquitetura faz parte. Pela leitura ele vai compreender que a vida com seus problemas é mais importante do que a arquitetura, e que terá de enfrentá-los. De outra forma, como muitas vezes acontece, ele poderá se transformar num excelente especialista na área escolhida, mas sem condições de participar da luta por um mundo melhor, a meu ver fundamental. Com relação à arquitetura, deve ter presente que a arquitetura e a técnica caminham juntas nesta procura da forma diferente que vai marcar seu trabalho de arquiteto.
Sua formação foi na Escola Nacional de Belas Artes. O que mais marcou aquele período?
Estudante, frequentei o escritório de Lucio Costa e Carlos Leão, e logo depois trabalhei a convite de Rodrigo Melo Franco de Andrade no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Tudo isso foi muito importante para mim. Lembro Rodrigo a recomendar: “É preciso ler, sobretudo os clássicos, começando por Diogo do Couto, que com tanta clareza escrevia sobre as incursões portuguesas na África.” Recordo como, de minha parte, procurei atendê-lo. Em certa ocasião, agradava-me ler os romances do (Georges) Simenon, que os colegas do escritório desprezavam, vendo-os como narrativas policiais sem maior conteúdo. E lembro, a sorrir, o dia em que os fulminei, contando que acabara de ler Cartas ao Castor onde, satisfeito, (Jean-Paul) Sartre confessava: “Hoje li três livros de Simenon.” O importante é ler; tudo se entrelaça neste mundo perverso em que vivemos. Como a leitura pode nos levar a entendê-lo melhor, e fazer-nos mais simples e generosos! Há mais de cinco anos temos aula de filosofia e cosmologia no escritório, com meu amigo Luiz Alberto Oliveira. Não raro delas saímos pequeninos diante da grandeza do universo, mais conscientes da insignificância do ser humano, certos de que muita coisa não tem a importância que lhe damos, de que o essencial é criar um clima de solidariedade, olhar o nosso semelhante sem procurar defeitos – convencidos de que, como dizia Lênin, 10% de qualidade já basta para nos entendermos.
Foi no escritório de Lucio Costa que o sr. realmente aprendeu o que é ser um arquiteto?
Foi um período de aprendizado num clima de correção e idealismo, que muitos jovens arquitetos não têm a oportunidade de viver.
O sr. costuma receber estudantes para falar sobre o seu trabalho e sua carreira. Eles têm algum interesse específico?
A preocupação deles é compreender minha maneira de trabalhar, como a técnica influi nos projetos e a minha atenção em alcançar a forma diferente – a arquitetura se integrando com as obras de arte, nas quais a invenção e a surpresa são também fundamentais. É o que sempre procuro afirmar nos textos da Nosso Caminho.
Qual a característica fundamental de um bom arquiteto?
Talvez uma intuição criadora especial. Intuição que deve estar combinada à consciência que cada arquiteto deve ter de sua arquitetura.
O senhor, que criou universidades no Brasil e em outros países, gosta de ensinar?
Muitas vezes tenho me encontrado com os estudantes. Neste momento estou realizando encontros com alunos de faculdades de todo o País. Recebo-os numa cúpula em construção, lá no Caminho Niemeyer, em Niterói. Já recebi estudantes e professores da cidade de São Paulo e de Brasília. Meu propósito é continuar a atender estudantes de toda parte. Nos encontros não me limito a discutir os problemas da profissão; detenho-me, sobretudo, nas questões que dizem respeito à própria vida, a este mundo injusto que um dia iremos modificar. Com que empenho lhes falo dos segredos da técnica, que nos permite essa arquitetura diferente, capaz de criar surpresa, o espanto que toda obra de arte deve provocar! Dou um exemplo: estamos construindo um conjunto de prédios importante em Avilés, na Espanha. Uma cúpula de 40 metros de extensão foi prevista. Na construção dessas cúpulas, que normalmente exigiria um ou dois meses, utilizamos um sistema novo de estrutura, que espantou todo o povo de Avilés, vendo-a construída em apenas algumas horas. Ao arquiteto cabe provocar as mágicas que a técnica do concreto armado possibilita.
O sr. acaba de lançar um livro que reúne diversos projetos elaborados nos últimos dez anos. Tem predileção por alguma obra em particular?
Todos esses projetos me são muito caros. Foram realizados com o maior interesse e entusiasmo. Vou me deter num exemplo. Dois meses atrás projetei um estádio, que poderá ser usado, independentemente dos problemas que o mau tempo pode causar. Nesse projeto quatro ou cinco vigas cobrirão o estádio, permitindo que por cima delas se estenda a cobertura de vidro projetada (por baixo, o sistema de iluminação indispensável). Com o trabalho já elaborado foi que consultei o calculista para examiná-lo. O importante é que o arquiteto tenha a coragem de propor solução tão audaciosa, pronto a atender, compreensivo, qualquer alteração que o cálculo da estrutura possa sugerir. Nos artigos da revista que estamos editando fica clara a minha ideia de que arquitetura é invenção, e de que, se nela a curva aparece com mais frequência, ela se impõe como a solução natural em razão dos grandes espaços livres que procuro criar. Não critico os colegas que seguem outra arquitetura. Respeito a dedicação com que, como eu, realizam os seus trabalhos. E é nesse jogo de concepções tão diferentes que a arquitetura, um dia ligada às classes mais desfavorecidas, como desejamos, assumirá afinal o nível social e técnico que ainda lhe falta.
O que o sr. considera mais importante na formação de um arquiteto: cursar uma boa faculdade ou fazer estágio no escritório de um bom arquiteto?
Tenho dúvidas sobre isso. A meu ver, o importante é que o jovem arquiteto não só saia da universidade qualificado para desenvolver as suas atividades, mas também esteja preparado (e, para isso, a leitura é fundamental) para compreender o drama do ser humano, participar da vida política e contribuir para a construção de um mundo mais solidário e fraternal.
Márcia Vieira
estadao.com.br

Unesco reconhece novo patrimônio no Peru

A cidade sagrada de Caral (foto), no Vale do Supe (184 quilômetros ao norte da capital Lima), foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. Dessa forma, o Peru tem agora 11 patrimônios com a chancela do órgão da ONU. “Isso fortalece ainda mais nosso país como um dos 10 destinos históricos mais importantes do mundo”, destacou a diretora de Turismo do Promperu, Mara Seminário.
A Cidade Sagrada de Caral foi descoberta em 1905 pelo arqueólogo alemão Max Uhle, mas a primeira pessoa que chamou atenção sobre ela foi o viajante americano Paul Kosok, em 1949.
Acredita-se que a cidade tenha existido durante os anos 3.000 a.C até 1.800 a.C e abrigado entre um mil a três mil pessoas, quando sofreu uma série de mazelas, como secas, fome, doenças e os habitantes a abandonaram. Foram descobertos no local, além da surpreendente arquitetura, artefatos de diversos materiais.
A visita ao sítio arqueológico custa o equivalente a R$ 8 e a opção guiada dura em torno de 1h30 no valor equivalente a R$ 15 (cada) para grupos de até 20 pessoas. Mais informações no http://www.caralperu.gob.pe/.
Panrotas

Após restauração, 1ª Faculdade de Medicina do país é entregue
Representantes dos governos Federal, Estadual e Municipal, além de representantes da Universidade Federal da Bahia (Ufba) se reuniram na tarde desta quarta-feira (1º) para a entrega do processo de restauração da Ala Nobre da Primeira Faculdade de Medicina do Brasil, localizada no Centro Histórico de Salvador.
“Esse prédio faz parte da medicina brasileira, pois aqui passaram muitos médicos importantes do país”, declarou o ministro da cultura, Juca Ferreira. O ministro disse ainda estar muito contente com o resultado da restauração que é de suma importância para a cultura brasileira. O projeto de restauração teve início em 2007 e a realização dos serviços envolveu cerca de 200 pessoas.
A obra que foi viabilizada pela Lei Rouanet, patrocinada pela Petrobras e coordenada pela Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão (Fapex) custou R$3 milhões. De acordo com o reitor da Ufba, Naomar Almeida, o prédio já abriga os cursos de pós-graduação desde 2007 e a direção da faculdade também está no prédio.
Ainda segundo o reitor, a biblioteca e prédios anexos serão entregues no ano que vem. O governador Jacques Wagner e o diretor da Faculdade de Medicina da Bahia, professor José Tavares também estavam presentes no evento.
A fachada do prédio passou por grandes transformações, houve modificações internas e a construção de dois prédios anexos. O prédio tem mais de 200 anos de construído e foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Camila Botto
Correio da Bahia

Marcadores: , ,

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial